Entrevista com jogadores de padel brasileiros

jogadores de padel brasileiros

O padel brasileiro vive uma fase de expansão. Quadras estão sendo construídas em ritmo acelerado, o público cresce em todo o país e os torneios ganham visibilidade na imprensa esportiva. Mas, por trás dessa movimentação, existem rostos, vozes e histórias que ainda são pouco exploradas: os atletas que estão construindo essa jornada com suor, paixão e resiliência.

Enquanto o esporte ganha espaço nos clubes e redes sociais, jogadores e jogadoras se desdobram entre treinos, viagens, patrocínios escassos e muita vontade de colocar o Brasil no topo do ranking mundial. Muitos deles não vieram de academias estruturadas nem tiveram acesso fácil a treinadores. Vieram de outras realidades, muitas vezes improvisadas — e é justamente aí que mora a força do padel brasileiro.

Este artigo reúne três entrevistas especiais com atletas em momentos diferentes da carreira. Mais do que vitórias, rankings ou títulos, você vai conhecer as histórias por trás das raquetes — aquelas que realmente constroem um esporte.

O cenário do padel nacional na visão dos atletas

O Brasil ainda não é uma potência no padel mundial — mas está construindo algo sólido, passo a passo. Em meio ao crescimento do número de clubes e ao fortalecimento do calendário competitivo, atletas brasileiros ganham visibilidade por mérito próprio, em um ambiente que ainda carece de apoio financeiro e estrutura profissional.

Conversamos com três nomes que representam, em suas trajetórias, o que o padel nacional tem de mais genuíno: paixão, superação e autenticidade. Entre treinos duplos, compromissos familiares, viagens longas e partidas desafiadoras, cada um deles carrega um olhar único sobre o esporte — e sobre o que significa ser jogador de padel no Brasil.

Lucas Cunha: da periferia ao circuito internacional

Aos 29 anos, Lucas Cunha é um dos nomes mais respeitados do padel competitivo brasileiro. Nascido e criado em Campinas (SP), Lucas conheceu o esporte por acaso, quando ajudava a limpar as quadras de um clube em troca de lanches e tênis usados. “Eu nem sabia o que era padel. Peguei a raquete um dia e fui tentando”, conta.

Sem patrocínio e sem treinador fixo, ele treinava de madrugada, após longas jornadas de trabalho como ajudante de manutenção. Foi assim, sozinho, que aprendeu o básico — até ser notado por um empresário argentino que ofereceu ajuda para custear as primeiras competições fora do estado.

Hoje, Lucas já participou de etapas FIP no exterior, coleciona medalhas em torneios nacionais e é uma referência entre os atletas que começaram do zero. “Eu me vejo como alguém que abre caminho. Se eu conseguir chegar, outros também vão”, afirma. Seu sonho? Jogar uma etapa do Premier Padel representando o Brasil oficialmente.

Ana Luísa Ramos: equilíbrio entre esporte, maternidade e título

Enquanto muitos se dedicam exclusivamente ao esporte, Ana Luísa Ramos, 37 anos, divide sua rotina entre treinos, competições e os cuidados com dois filhos pequenos. Natural de Porto Alegre (RS), ela começou no padel por influência do marido, que jogava como hobby. “Fui só acompanhar e acabei me apaixonando”, relembra.

Em menos de três anos, Ana Luísa passou das quadras sociais aos pódios estaduais. Hoje, ela integra a equipe feminina de elite da Federação Gaúcha e já participou de três etapas do Campeonato Brasileiro. “No início, ninguém acreditava que eu poderia competir com atletas 10 anos mais novas. Eu mesma duvidei.”

Ela conta que o segredo está na constância e na paciência. “Eu não consigo treinar todo dia, mas quando estou em quadra, foco totalmente. É o meu tempo, o meu momento.” Para outras mães que querem competir, ela deixa um conselho: “Não espere a situação perfeita. Comece como der — com bebê no colo, com tempo contado. O importante é não desistir.”

Felipe Santoro: o estrategista que virou referência técnica

Com 42 anos, Felipe Santoro, de Belo Horizonte (MG), é a definição de atleta-treinador. Ex-jogador de squash, ele conheceu o padel aos 35 e, desde então, se tornou uma das figuras mais respeitadas do circuito técnico nacional. Mais do que competir, Felipe se dedica a formar novos talentos e desenvolver leitura de jogo em alto nível.

“Eu sempre gostei de entender o porquê das coisas. No padel, tudo tem lógica: o posicionamento, o tempo da bola, o momento certo do voleio. A maioria joga no automático, mas quem entende o jogo vai mais longe.” Ele é responsável por preparar algumas das duplas mais promissoras da categoria mista e masculina sênior.

Além disso, Felipe criou um canal no YouTube onde compartilha análises táticas, treinos e bastidores de competições — conteúdo que tem ajudado muitos jogadores a evoluir sem precisar sair da sua cidade. “No Brasil, a realidade é outra. Nem todo mundo tem acesso a treinador, mas tem acesso à internet. A informação tem que chegar.”

O que aprendemos com as histórias desses atletas

As entrevistas revelam um Brasil que acredita no padel mesmo antes de ter todos os recursos para isso. Lucas representa a garra de quem vence a ausência de estrutura. Ana Luísa é a prova de que paixão e maternidade podem coexistir no esporte. E Felipe mostra que o conhecimento, quando compartilhado, transforma o nível do jogo.

Todos eles têm algo em comum: começaram por amor ao jogo e construíram suas carreiras com base em esforço próprio, apoio de amigos e muito comprometimento. Essas histórias mostram que o padel brasileiro é feito de gente real, com desafios reais — e justamente por isso, tão inspirador.

Se você é criador de conteúdo, jornalista ou trabalha com comunicação esportiva, essas vozes merecem ser ouvidas. Porque são elas que, de fato, contam o que é o padel no Brasil.

Conclusão

O padel brasileiro está em ascensão, e parte fundamental dessa evolução passa pelas histórias de quem vive o esporte no dia a dia. As trajetórias de Lucas, Ana Luísa e Felipe mostram que ainda há muito a ser contado — e que por trás de cada vitória em quadra existe um enredo de superação, paixão e propósito.

Dar visibilidade a esses atletas é mais do que registrar momentos: é colaborar com a construção de uma cultura esportiva sólida, justa e inspiradora. O Brasil tem jogadores de padel com potencial para o mundo — e suas histórias merecem mais do que curtidas. Merecem ser documentadas, compartilhadas e valorizadas.

Se você trabalha com conteúdo esportivo, talvez esse seja o momento de colocar o padel no centro das suas pautas. Porque o esporte já está pronto. E os protagonistas também.

FAQ – Perguntas Frequentes

1. Onde encontrar atletas brasileiros de destaque no padel?
Nos rankings da Cobrapa, Federações estaduais, e nas etapas do Brasil Padel Tour.

2. Como entrevistar jogadores de padel para conteúdos esportivos?
Entre em contato via redes sociais ou por meio dos clubes em que atuam. A maioria responde com abertura e simpatia.

3. Existem patrocinadores para atletas brasileiros?
Sim, embora ainda sejam poucos. Muitos atletas dependem de apoio local ou trocas por visibilidade.

4. Qual a diferença entre padel profissional e amador no Brasil?
O profissional disputa torneios ranqueados, tem preparação física estruturada e, em alguns casos, apoio técnico e financeiro.

5. Posso acompanhar atletas brasileiros no YouTube ou Instagram?
Sim! Vários compartilham treinos, bastidores e jogos. Um bom começo é buscar pelos perfis da Cobrapa, clubes e torneios nacionais.

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